terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Amor - Dom natural


" O Amor é acima de tudo um "dom" natural total, até a fusão".

" O amor supõe que aquele que se dá e aquele a quem se dá permaneçam distintos: a condição do amor é que os seres continuem sendo vários, embora sendo "um". O dom de si não deve consistir na destruição do ser a quem se ama nem na daquele que ama, mas na plenitude de ambos.
Ficar repleto do outro permanecendo em sua própria identidade, ser tudo para o outro continuando em plena posse de si mesmo e, por outro lado, amar suficientemente o outro para acolhê-lo sem absorvê-lo, amá -lo o bastante para querer que ele permaneça em sua plena identidade, distinto de si, diferente de si, como ele é.
Isso é amor."

Lendo este artigo, percebi o quão difícil é mantermos este Dom vivo. Todos nós o recebemos quando nascemos, porém, com o tempo, o mundo com tudo que de nós exige nos rouba esta capacidade. Infelizmente muitos não se dão conta do quão importante respeitar o outro, como é essencial esta liberdade da alma para que só assim o amor sincero, puro e claro, como é em sua origem possa crescer em nós e fazer-nos cumprir nossa missão natural, amar...

2 comentários:

Eduardo Nobre disse...

Grande marcão!
Esta sua postagem é uma grande verdade!
Os casais tendem a se ajustar um ao outro no princípio, o que até é muito saudável, mas com o tempo, um vai querendo sobrepor o outro e isto gera um grande conflito pois alguém perde a identidade, a liberdade e acaba por sentir-se infeliz!
Muito bonita e saudável esta sua colocação!
Para ser pensada e repensada!
Parabéns.... este blog me parece ser um blog para reflexões!
Abração,
Edu

Unknown disse...

Marco, deixo um texto que acredito que complementa o seu texto:

Sawabona Shikoba - Flavio Gikovate.



Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio.

As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.



O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher.



Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo,

e assim por diante.



Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.



Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.

Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.

O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.

Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma.

É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.



O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.



Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.

E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.

As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.



Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único.

Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo,e não a partir do outro.

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável.

Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia

e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes temos

de aprender a nos perdoar a nós mesmos...



Caso tenha ficado curioso em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer: “Eu Te respeito, eu te Valorizo, você é importante pra mim”.

Em resposta as pessoas dizem

SHIKOBA que é:Então eu existo pra você”

Roberto